sexta-feira, 11 de março de 2011

Televisão e educação!

Na tentativa de dar uma "cara" de blog mais comum, vou falar hoje de um acontecimento de hoje.
Tudo bem, o fato é simples, mas vocês verão a crítica aqui também. Lógico! Se eu não fizer surgir a polêmica nesse blog já tão comprometido em "viagens" introspectivas, podem ter certeza, não serei mas eu escrevendo aqui!

Bom, o que me disparou o mecanismo do pensar hoje foi a primeira aula do dia. Geografia.
Desde o meu primeiro dia de aula aqui em Brasília, já notei que o método de estudo seria bastante diferente de qualquer outro que já participei. Mas nunca me passou pela cabeça ter de voltar, depois de tanto tempo, a fazer pesquisas e apresentar trabalhos. Não no cursinho!

Acostumada a ter "milhões" de aulas, simulados e listas, muitas listas de exercícios semanais, se adaptar a uma realidade de pesquisadora definitivamente não é tarefa fácil, até mesmo porque não estamos sendo dispensados das tarefas mais comuns ("milhões" de aulas, simulados e listas, muitas listas semanais!).

A missão para geografia essa semana foi, simplesmente, dar aula! No meu caso, uma missão bastante trabalhosa. Como resumir uma aula sobre geologia, sem aprofundar tanto ao ponto de falar sobre a aula dos outros colegas e seguindo uma sequencia lógica para que ninguém se perdesse no meio do pensamento?
Enfim... entre passar o carnaval organizando as idéias, pesquisando e tentando simplificar as coisas, o resultado saiu dentro das expectativas. Tudo deu certo. Menos para o Japão, que infelizmente, me serviu de exemplo sobre abalos sísmicos e tectônica de placas.

Enfim. Cheguei no ponto que queria! Dessa pequena narrativa de uma manhã comum no DF, tirei duas idéias potencialmente polêmicas: os métodos de ensino e aprendizagem dos cursinhos de pré-vestibular e televisão!

Sim! Exatamente, a televisão!
Adimito que nunca mais assisti nenhum programa televisivo por mais de meia hora. Não por falta de interesse, mas por falta de tempo ou disposição. Adimito que estou cometendo um erro crucial na minha formação.
Televisão pode ser uma grande arma a favor dos vestibulandos. Se, e somente se, souber extrair dela as melhores informações.
Assistir o BBB, as novelas e as receitas de bolo do MaisVocê, definitivamente são coisas que atrapalham. Dispersam conhecimento. Aliena. Desvia o foco dos verdadeiros assuntos interessantes e importantes...
Já pararam pra pensar no por que de os programas científicos, mais interessantes, que mais colaboram para a formação intelectual da população, como Globo Ciência, Globo Ecologia, Telecurso e Globo Reporter, sempre passam nos horários que a grande maioria das pessoas ainda estão dormindo ou estão saindo para trabalhar e estudar?
Coincidência? Não acredito. Não nesse caso!
Pensemos nisso. Saber selecionar os canais a assistir deve ser a missão de todo ser humano que deseja deixar de ser alienado pela mídia. Saber criticar as informações que chegam até nós é uma questão básica de alimentação do intelecto.

Resumindo essa primeira parte: se essa manhã eu não tivesse ligado a tv e visto o desastre natural no Japão, talvez a aula que eu planejei não tivesse tanta diferença. Mas e se esse assunto for cobrado em alguma das várias provas que eu farei ao longo desse ano e eu não tivesse a mínima noção do que está acontecendo no mundo? Com muita sorte, eu poderia chutar uma alternativa certa. Mas, não seria muito inteligente da minha parte correr o risco de perder uma questão nas provas. Além de que, todo conhecimento que eu adquirir nesse período da minha formação acadêmica, vai me servir um dia. Nem que seja para discutir nos bares e encontros sociais no futuro!

Segunda parte: métodos de ensino!
Posso me considerar uma pessoa de sorte nesse sentido. A partir do momento que entrei em um cursinho de vestibular, sempre tive aulas bastante "diferentes" das aulas tradicionais'.
Nos dois anos que persisti e insisti em fazer vestibular em Belém, sem o sucesso esperado, estudei no cursinho mais incomum que tive conhecimento até então... Onde mais, em Belém, um professor conseguia dar aulas de biologia E química, mesclando as duas matérias e cumprindo o cronograma de aulas não somente no tempo previsto, como também com nivel altíssimo de informações e detalhes? Fascinante!
Enfim, cheguei a conclusão de que é preciso muito mais do que conhecimento puro para passar em medicina. Descobri que manter a saúde psicológica deve ser a segunda maior preocupação de um estudante (a primeira é realmente não ter um cérebro comum e sim desenvolver um computador de memória ilimitada no lugar do cérebro). Descobri que é necessário desenvolver a inteligência emocional (tema de futuras discussões).

Como os cursinhos tradicionalmente trabalham? Pressão psicológica na sua mais pura essência! "Se você não acertar mais de 95% desse simulado, você não vai passar no vestibular e vai estar sentado nessa mesma cadeira no próximo ano!"
Sim... já ouvi isso! Várias vezes. Em vários lugares. Será que realmente criar um clima de competição extrema entre os alunos e fazer todo esse terrorismo psicológico vale a pena?
Para mim, só serviu para aumentar a insegurança diante de uma prova relativamente fácil e vê-la como uma GRANDE inimiga.
Adiantou? Bom, se tivesse dado certo eu não estaria tentando virar universitária até mesmo em outro Estado, longe dos meus pais, dos meus amigos, da minha casa e das coisas que eu mais gosto de fazer...

Bom, o fato interessante é que, mais uma vez, tive sorte!
Atualmente, considero meu cursinho um grande laboratório. Somos constantemente induzidos a pensar. A questionar. A pesquisar e construir conhecimento. Em que outro lugar o professor de português passaria de dever de casa criar um blog com duas postagens semanais? E onde um professor de geografia me faria passar o carnaval estudando para dar uma aula sobre geologia? Ou mais, onde mais eu teria a oportunidade de ter aula de artes nas ruas, museus e galerias da cidades? Interessante? Talvez seja. Se compararmos tudo isso aos modelos de aulas de um "Equipe" (em Belém) ou de um "Galois" (em Brasília), que na prática é a mesma coisa mecânica e doentia, deve realmente ser interessante.


Afinal, o que o governo quer da juventude brasileira? Formar máquinas de armazenamento de informações, possivelmente. Se não fosse assim, as escolas não ensinariam as criancinhas a guardar dados e sim as ensinariam a serem pensadoras! Aproveitaria a curiosidade natural de toda criança para torná-las as grandes pesquisadoras do futuro.

Educação é sim a base de uma sociedade!
Espero pelo dia que teremos jovens estudando pelo simples desejo de aprender sempre mais... Mas se depender dos vestibulares... Enfim, por hora, é melhor que eu consiga conciliar o mecânico método de absorção educacional ao prazer em conhecer novas coisas e a capacidade de sempre querer saber mais!

Como além de ter chegado a essas conclusões, tudo isso em apenas uma manhã e ainda ter discutido na aula de química sobre as teorias relativísticas de Einstein, buracos negros, buracos de minhoca, antiguidade clássica e ligações químicas... Já pensei o bastante por hoje!
É chegada a hora de descansar a máquina e prepará-la para um novo dia cheio de novas descobertas, amanhã.

FELICIDADES!

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