sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Retrospectiva pessoal

De repente me deu uma vontade muito grande de... escrever! Faz tempo que não faço isso aqui, e dessa vez o impulso falou mais alto que a preguiça. Admito que por várias vezes tive vontade de me perder nesse blog e fugir um pouco dessa vida louca que estava vivendo.

Uma coisa não podemos negar: vestibular é igual em qualquer lugar que se vá. Seja pra UnB (missão praticamente impossível, quando falamos de medicina), seja pra UEPA, UFPA ou qualquer outra universidade. Esse negócio de filosofar sobre a essência das provas e descobrir a “linguagem” que a envolve é meio surreal ainda pra mim. Justamente por isso, voltei pra Belém.

Como se diz por aqui: ééééégua da saudade! Definitivamente, amo Brasília. Não devo ser ingrata com a cidade e as pessoas que me acolheram e me receberam com tanto carinho. Atualmente tenho novos planos, e todos eles se restringem à região norte do Brasil.
Por sinal, devo dizer, com mais orgulho do que nunca, que meus planos estão restritos ao meu Pará, imenso, como sempre. Grande. Como deve ser! Mesmo sob ameaças “sulistas” de separar nosso povo, nossas origens, nossa cultura. Tudo bem, é verdade que não pode ficar do jeito que está. Ainda tem muita coisa pra melhorar. Muito progresso ainda tem que ser feito. Muitas pessoas ainda precisam ser tratadas primeiramente como gente, antes mesmo de serem paraenses.

Tantos assuntos que eu precisava comentar aqui e não o fiz... Falar logo sobre tudo o que me incomodava. Nesse sentido, vestibular é um alienador! Ver jornais? Era difícil. Não dava tempo. Ler jornais? Mais comum era ler as apostilas que inundavam meu quarto e pareciam surgir de todos os cantos da casa. Ainda em Brasília, tentei conciliar tudo isso: as notícias do mundo além do vestibular e as matérias obrigatórias. Bom, eu quase enlouqueci! Sério mesmo... é bastante trabalhoso acostumar nosso corpo a dormir 4 horas por noite. Apesar de que, um dia isso vai ser o de menos.

Mas o que é isso? Uma espécie de retrospectiva começando do segundo semestre? É, não seria uma má ideia.
Então é bom termos mais detalhes...

Junho: de volta para minha terra.
Nunca tinha ficado de férias tão cedo. Não sabia nem como gastar meu tempo. Descansar! Seria uma boa, se não tivesse uma mudança só me esperando para acontecer. Foram dias, longos dias com plástico bolha, desentulhando armários, livrando-me de bugigangas inúteis. Definitivamente, como disse Martha Medeiros em seu livro Doidas e Santas: “Poucas experiências são tão transcendentais como deixar nossas tranqueiras pra trás.”

Julho: finalmente férias.
Depois de um pequeno curso de férias no Physics - só pra não esquecer que ainda tinha muito vestibular pela frente - e muito trabalho com a mudança, o melhor mês do ano me aguardava ansiosamente pra ser abusado por mim. Praia. Enfim minha pele voltou a saber o que era um bronzeado de verdade. Salinas. Sol, mar, água salgada, festa na praia, lua cheia, estrelas... lindo! Só não conseguiu superar a viajem mais esperada de todos os tempos: finalmente conhecer Algodoal. Uma conclusão: não existe, simplesmente não existe nesse mundo um lugar mais lindo do que aquela ilha. Somos, a partir de agora, mais um caso de amor. Amo você Algodoal!

Agosto, Setembro, Outubro, Novembro...
Tudo resume-se em Physics Vestibulares. Minha casa, meu point. Foram dias, muitos dias, de “reclusão”. Grandes amizades surgiram lá ou simplesmente estavam me esperando chegar. Nessa vida eu acredito que tudo o que acontece tá planejadinho no livro do Mestre. Só isso pode explicar tudo o que aconteceu esse ano e em todos os outros em que estive no cursinho. Todas as pessoas maravilhosas que conheci e as que me apoiaram, mesmo a distância. Sem palavras pra agradecer tudo (tudo mesmo!) o que fizeram por mim e para mim. Só sei dizer que aprendi muito. Novas culturas, novos sotaques, novas visões de mundo.

Dezembro: decisivo e surpreendente.
Ainda não acabou, mas já entrou pra minha história como um dos mais importantes e especiais. É o mês dos resultados, das conclusões. É decisivo por que só depois dos acontecimentos desse mês eu, e todos os vestibulandos, vamos saber o que será do nosso futuro: cursinho de novo (se Deus quiser, nunca mais!), meter a cara numa ajudinha do governo e entrar logo numa universidade particular ou, finalmente, subir mais um degrau na escada da minha formação onde eu sempre quis estar, UFPA. Bom, se depender de passar em algum vestibular, é eu já consegui, falta só ser o que eu quero mesmo!

Dezembro(2): agradecimentos.
Geralmente quando o ano acaba, é hora de fazer os pedidos para o próximo ano. Antes de fazer a lista do ano que vem, acho melhor ser justa e agradecer pelo que consegui conquistar da lista do ano passado. Não acho conveniente citar nomes aqui, vai que eu esqueço-me de um ou outro indivíduo extremamente importante para mim... não iria me perdoar! Enfim, a todos que me acompanharam, ajudaram, consolaram, alegraram, incentivaram... Meu mais sincero obrigado.

OBS (1): é melhor deixar para fazer a lista de pedidos quando chegar mais próximo do réveillon.

OBS (2): Sim! Foi um ano proveitoso. Consegui cumprir boa parte da minha lista do ano passado (menos emagrecer, difícil de conseguir conciliar com rotina de cursinho) e ganhei mais presentes do que esperava.

OBS (3): Ano que vem tudo vai ser diferente... Vamos fazer acontecer!

Já que eu nunca me preocupei muito com o tamanhão dos meus textos, esse não seria diferentemente longo. Perdão. Um dia resumo tudo e faço um livro!

Por hora, é “só”.

FELICIDADES!

sábado, 11 de junho de 2011

Oração a Santo Antônio

Óh, meu querido Santo Antônio...

Ano passado eu não pedi nada. Aliás, a tempos eu não peço nada para o Senhor.
Sem pedir nada, ano passado ganhei flores e até um namorado.
Será que se eu pedir, como muito amor no coração, o Senhor me faria um milagreZINHO bem pequenininho esse ano?
Não quero muito não. Não quero ganhar na megasena. Não quero encontrar um príncipe encantado (não teria tempo pra cuidar dele) sentado no seu cavalo branco quando eu dobrar a esquina. Não quero ser sorteada com uma viajem por alguma loja do shopping pela promoção "Dia dos Namorados".

Tá, eu até gostaria de ganhar tudo isso um dia... mas quem não gostaria né?!

Voltando ao meu pedido... singelo pedido... humilde pedido...

Não quero muita coisa Santo Antônio, só a minha vaga de medicina da UnB.

Olha só, o Senhor não vai ter muito trabalho com esse pedido. Eu já fiz todo o trabalho difícil que seria estudar loucamente até os limites da sanidade mental e da constituição física de um ser humano. Para completar o trabalho, só falta um pouquinho de iluminação divina, calma, um pouco de auto-estima, paciência e alguns poucos (ou nenhum) insights!

Tá vendo só como é fácil Santo Antônio?! Afinal, passar na UnB não é preciso muito coisa : só ser gênio e ter o lado psicológico altamente bem estruturado!

Pode parecer ironia de minha parte falar assim, mas pensei: "Se eu pedir quase chorando pode dar certo, mas em compensação isso não deve ser muito favorável pro meu lado psicológico quando eu acordar amanhã na dúvida se vou ser escutada ou não. Por outro lado, se eu levar as coisas de modo 'mais leve', talvez isso começe a despertar em mim uma esperança que até amanhã se transforme em confiança."

Por via das dúvidas, se eu não puder ser contemplada com Sua benção, pelo menos espero encontrar forças em mim mesma para conseguir realizar meu objetivo/sonho.

Mas ainda acho que arranjar um namorado pra mim de hoje pra amanhã seria um pedido bem mais difícil de se realizar do que o meu pedido...

Ah! Quase ia esquecendo, agradeço aos Nossos Chefes Superiores pela prova de hoje! Acho até que Eles previram que eu pediria o auxílio divino...

Desde já, agradeço!


AMÉM!

sábado, 7 de maio de 2011

Direito de resposta; de certa forma!

Faz tempo. Um pouco de abandono do blog agora que as duas postagens semanais não são mas obrigatórias. Mudanças. Muitas! Causando um choque maior ainda na minha antiga realidade acomodada.
Bom, eu ia deixar o blog para planos futuros. Tipo, um dia, bem depois da bendita prova da Unb. Mas hoje eu li um blog. O blog que, por sinal, todos esperávamos anciosamente para ver: http://pauloricardodeoliveira.blogspot.com/.
Não nego, posso não ter compreendido muito bem a colocação das palavras, mas o fato é que me pareceu que, segundo as palavras do Paulo, eu deixei no cursinho uma imagem de quem desistiu do objetivo e foi pelo caminho menos difícil.
Logicamente, não faz sentido! Quando eu mudei pra Brasília, assim como o Paulo, vim por uma causa muito mais forte do que qualquer objetivo ou ideologia.
A medicina, para mim, ainda é uma coisa, de certo modo, abstrata. Apesar de saber com todas as palavras e imagens mentais idealizadas o que eu quero fazer da minha vida profissional, a vida ainda não me permitiu dar esse passo a frente em direção da Universidade e tornar a idealização mais próxima da minha realidade.
Mas, para quem tem esse mesmo sentimento inexplicável que faz mover o mundo dentro da gente, faz levantar cedo aquele que dormiu tarde, faz segurar sentada uma pessoa que já passou o dia todo sentado, faz estudar coisas que não vão ser necessariamente indispensáveis para a profissão, faz uma pessoa ficar em casa nos fins de semana ao invés de ganhar as festas, faz uma pessoa sair do conforto do lar, da segurança e abrigo dos braços dos pais e dos amigos em busca de uma oportunidade a mais de alcançar o objetivo em um lugar estranho, com pessoas completamente diferente e, por vezes, sofrendo até alguns preconceitos... Esse sonho, que me move, me deprime, me levanta, me derruba, me motiva e me cansa é mais do que um simples sonho, é uma causa!

Sai do curso, entrei em outro. Estou um pouco mais longe dos poucos mas raros amigos (como eles, não existem!) que ganhei aqui. Não está sendo fácil, nunca foi. Cada dia que passa, sinto mais vontade de voltar pra minha cidade que eu tanto amo e que tanto sinto falta. Da umidade relativa do ar sufocante de 80% ou mais. Do calor de 30º dos dias de verão e 27º no pseudoinverno. Da cor morena que o sol quente não deixava desbotar da minha pele. Das chuvas diárias no final da tarde que chegavam, por vezes, a alagar várias ruas. Do VERDADEIRO açaí puro, com farinha de tapioca bem crocante. Da maniçoba, do pato no tucupí e dos peixes. Das noites úmidas de passeio na Estação das Docas. Do "Mormaço" e do mormaço. Meus pais, parentes, amigos, amores, professores (também se tornaram amigos).
Acredito que meu futuro esteja onde minha profissão estiver. Diferentemente do que ouvi outro dia: não vou deixar nenhuma pessoa morrer na hora que a pressão da responsabilidade estiver me sufocando. Não estou fugindo das responsabilidades que assumi comigo. Seria muita hipocrisia tentar me enganar! Como todos temos altos e baixos, ando num período rasteiro mas não significa que despencarei ladeira a baixo todo o sacrifício e as renuncias que estou fazendo a 3 ou 4 anos.
Amo meus amigos, Danilla, Thiago e Paulo, já garantiram um espaço no meu coração e já fazem parte da minha história, da minha vida. Não vou abandoná-los só porque mudei de curso. Sinto muita falta de todos mas, como o Paulo mesmo disse, "Realidades como estas são chatas de se pensar e passar, mas estamos nesse mundo mesmo é para conviver com as dificuldades e a partir delas tirar o melhor que temos de nós mesmos: a grande força inesistencial. Ser forte é uma característica que poucos possuem e a utilizam para enfrentar seus medos; e tem que ser assim, enfrentarei da melhor maneira que for pra mim."

Atualmente, só ando cansada.

Nada mais.

E Paulo, eu sei que você, você, você, você, você,você... você quer (PIADA INTERNA), o mesmo que eu! Ser feliz. Passar no vestibular, ser um bom profissional e é o que eu quero para você também!

FELICIDADES!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Turismo escolar!

Dia interessante hoje. Acho que falo por todos do curso quando digo que nos sentimos turistas!
De certa forma, um tom de nostalgia esteve presente no meu inconsciente por um certo período da tarde.
Primeiro por ser uma visitação a uma exposição de arte. Me lembraram as tão divertidas excursões escolares do ensino fundamental, só que sem o relatório escrito para a próxima aula! Sinceramente, sinto falta desse tempo. Do tempo, não dos relatórios!
O outro motivo da nostalgia foi o próprio lugar. Esperávamos o professor de artes, Derrú, na Praça dos Três Poderes. Enquanto isso, me lembrava das férias que vinha passar aqui em Brasília. Das manhãs de passeios em que eu, no auge da minha sapequisse de 3 anos aproximadamente, corria livremente atrás dos pombinhos.


(Praça dos Três Poderes)


Não sei se o sol estava forte ou minha cabeça já está pensando por si só. São tantos símbolos em um lugar só, tantos significados que, geralmente, passam despercebidos pelas lentes das câmeras dos turistas e dos olhos apressados dos funcionários públicos...
Por trás das poses nas fotos, fiquei realmente pensando se aquele lugar tão amplo, seria mesmo o lugar onde a justiça e o direito se representam na sua forma máxima.



Por exemplo, um dia desses um homem, em sinal de protesto, tentou por fogo na bandeira nacional. Sim! Aquela grandona que parece dançar no céu do planalto central. Um ato isolado, único e solitário de protesto. O que aconteceu com o homem, não faço idéia mas, eu fico indignada ao ouvir que ele tentou fazer isso porque é louco. Não é um espaço de protestos? Exagerado, até concordo! Mas dentro do seu direito de cidadão em não concordar com a situação do país.


Ainda empolgados com tantos símbolos, nos identificamos com um dos monumentos. Os candangos. Na verdade, o único aluno brasiliense mesmo, ainda não tinha se juntado ao nosso grupo. Éramos então dois baianos e uma paraense, empolgados com a cidade, mesmo já tendo passado várias vezes nesse mesmo local.
Os candangos foram guerreiros. Os grandes heróis da construção civil. Se não fosse pela determinação, força e coragem deles, essa cidade tão linda não estaria completando seus 51 anos essa semana.
Não viemos construir casas, prédios, ruas ou monumentos. Mas estamos construindo o futuro de Brasília e do Brasil a cada ensinamento que recebemos e repassamos, em cada lição de vida que descobrimos, em cada momento de humanidade que cultivamos dentro de nós e prometemos repassar para as outras pessoas... Somos também um pouco de candangos, um pouco de heróis. Por querer construir um futuro que queremos ver belo para nós e para todas as outras pessoas.




Conhecemos também algumas pessoas hoje. Pessoas que, assim como nós, vieram para Brasília em busca de uma vida melhor. Pessoas que, testemunharam atos de protestos (como o do homem que queria queimar a bandeira) e a passividade de vários turistas. Pessoas irreverentes, que buscam no bom humor uma forma de encarar suas rotinas com maior leveza, diferente de muitos engravatados que circulavam não muito distante dali nos palácios e plenário, sérios, secos.


(Seu Manuel, vendedor de souvenirs!rsrs Perdão seu Gil, o poliglota, sua foto não coube.)


De dentro do palácio do planalto, nos sentimos grandes. Tanto quanto o presidente da república e os outros políticos que vemos na televisão e elegemos sem nunca ter visto de perto. Me senti até um pouco eufórica por passar pelo mesmo local em que, nesse mesmo ano, passaram também chefes de Estado e representantes de vários países e a primeira presidentA do Brasil. Eufórica também, por estar prestes a ver algumas das obras de arte mais importantes do modernismo brasileiro, de grandes artistas como a grande Tarsila do Amaral e Djanira. Criativas, contestadoras, decididas, doces, guerreiras, as mulheres do Brasil assumem, no Planalto, seu lugar na linha de frente da nação.




Informações valiosas sobre o passado dessas mulheres, artistas e, sobretudo, brasileiras, como eu, encharcaram nossas cabeças e nos acrescentaram conhecimentos que, certamente marcaram muito mais que uma rápida leitura sobre biografias e livros de história e artes. Afinal, a tão famosa obra "Abaporu" de Tarsila, é muito mais interessante e fascinante do que as imagens que sempre estão em todos os livros.

Finalmente, já na saída do Palácio nos deparamos com uma parede "especial". Nela estavam as fotos de todos os presidentes da república. Mais uma vez, nosso lado turista falou mais alto! Como eu desperdiçaria uma oportunidade de ter uma foto com Getúlio Vargas (Extremismos e ditaduras a parte, eu considero o cara um gênio! Opinião própria, okey?!)
e o Lula (também o considero de uma genialidade espantosamente imensa por trás da simplicidade do ex-metalúrgico), os dois de uma vez só?!



Enfim, creio que tivemos um dia altamente produtivo, culturalmente e socialmente também! A prova física disso está nessa enxaqueca que não me larga desde as 16:00 aproximadamente e a tensão no pescoço que anuncia uma torcicolo básica de hoje para amanhã! Fora as reclamações do corpo, a mente agradece infinitamente por essa tarde, e minha pessoa, como um todo, também. Afinal, sei que momentos agradáveis, tão ricos em cultura e companheirismo acima de tudo, serão únicos e estarão gravados em minha memória mais profundamente que a bela visão do planalto central que nos encanta e surpreende todos os dias...


Porque essas pessoas que convivem comigo dia após dia, toleram meus estresses, alegram meus dias, levantam meu ânimo e me fazem sentir que não estou sozinha nessa guerra do vestibular são simplesmente, os melhores amigos/companheiros/seres humanos que eu poderia escolher! Valeu gente!

(Zuc, desculpa! Você ainda não tinha chegado quando tiramos a foto! Mas eu também gosto de você, tá?!)

Para todos então, FELICIDADES!!!

sábado, 16 de abril de 2011

RESUMO

De tarde quero descansar,
Chegar ate a praia e ver
Se o vento ainda está forte
Vai ser bom subir nas pedras
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora

Agora está tão longe
Vê, a linha do horizonte me distrai
Dos nossos planos é que tenho mais saudade,
Quando olhávamos juntos na mesma direção

Aonde está você agora
Além de aqui dentro de mim?

Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo o tempo todo

E quando eu vejo o mar,
Existe algo que diz,
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem

Já que você não está aqui,
O que posso fazer é cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos
Lembra que o plano era ficarmos bem?


- Olha só o que eu achei: cavalos-marinhos...

Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora.

{Vento No Litoral - Legião Urbana}



Isso diz TUDO!

terça-feira, 12 de abril de 2011

o vice-treco do subtroço!

Apesar de ser um tema bastante pertinente, a ultima postagem saiu de improviso. Inesperado.
O tema que eu iria tratar semana passado é um pouco mais introspectivo e ao mesmo tempo, amplo. Apesar de que falar sobre morte sempre acaba tendo uma visão e uma interpretação muito subjetiva.

Mas hoje a discussão trata de questionamentos que movem nossas vidas. Apesar de que algumas vezes, esse conflito deve ter induzido pessoas a não verem muito sentido nelas.

De quelquer forma, vamos lá!

A maior pergunta é: quem é você? quem somo nós?

Segundo um professor de física que tenho somos, simplesmente, "o vice-treco do subtroço!"

Acompanhem o pensamento dele...

Vivemos em um universo. Um universo, entre muitos que existem (ainda filosoficamente pois não foram comprovados empiricamente).
Dentro desse universo, entre pelo menos 1 bilhão de galáxias está uma, a via-láctea, na qual estamos.
Dentro dessa pequena galáxia (se comparadas com outras a nossa é pequena!), existem mais de 100 milhões de estrelas. Algumas maiores do que podemos sequer idealizar. Maiores inclusive que o nosso sol que também é uma estrela, porém, pasmem, estrela-anã!
Ao redor dessa "estrelinha" existem vários planetas e luas girando ao seu redor, asteróides e poeira cósmica.
Não é o maior, mas vivemos em um desses planetas que giram ao redor do sol, que é uma das estrelas da via-láctea, que é uma das bilhões de galáxias existentes, que fazem parte de um dos universos e que está em uma das possíveis 11 dimensões.
Dentro desse planeta, estamos concentrados (geralmente) em cima das massas continentais, que são 5 (América, Europa, Ásia, África e Oceania; alguns raríssimos nos pólos e viajando nos oceanos).

Ainda dentro da Terra, existem muitos seres vivos. Entre os seres vivos, tem uma entre as 10 a 50 milhões de espécies, do reino animal, a qual você e eu pertencemos. No mundo estima-se que somos 7 bilhões de seres humanos.

Dentro dos continentes ainda existem países, divisões regionais, estados, cidades, bairros, condomínios, ou ruas, ou vilas, ou andares... enfim! E só no Brasil, a espécie humana gira em torno de 191,5 milhões de habitantes.

E por aí vai... quantos vieram antes de você na sua família, que por sinal é uma entre milhares no mundo?

Depois de tudo isso, se alguma pessoa chegar para ver perguntando com aquela arrogância: "você sabe quem eu sou?". Responda: "você tem tempo para eu te explicar?"


Como você vai entender toda essa história, eu não sei. Apenas posso te ajudar a direcionar teu pensamento. Nesse sentido, não entre em crise existencial por não se achar importante no mundo e insignificante.
Acredite querido leitor, você e eu fazemos muita diferença!
Somos pequenos perto do tamanho de uma estrela ou das dimensões de um universo, é verdade. Mas já pararam para pensar na importância que temos na vida de outra pessoa tão "pequena" quanto nós? Na diferença que fazemos no futuro de outros seres vivos? Nas consequências que as ações de um ser tão pequeno podem causar? Algumas tão destrutivas e outras que possibilitam a harmonia das forças do universo?!

Mais uma vez uma frase de Einstein me mostra o tamanho de sua genialidade: "A imaginação é mais importante que o conhecimento." Com isso acho que tudo foi dito!
Se sua capacidade de criar, inventar e sonhar for tão grande a ponto de imaginar o tamanho do universo e de todos os mistérios que ele contém, serás mais importante do que um cara que não tenta libertar a mente dos cálculos, das fórmulas e das leis físicas, matemáticas e humanas.

Sejamos então grandes! Não estou falando de tamanho, a genética impede alguns de nós nesse sentido!
Sejamos libertadores da imaginação e assim, tão grandes quanto os maiores fenômenos cósmicos e tão pequenos ao ponto de admitir nossa insignificância biológica frente a grandiosidade da natureza.

Felicidades!!!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Morte


A morte, leva tudo. Menos as lembranças.


"A morte nada mais é que cruzar o mundo, como os amigos fazem com os mares; eles ainda vivem mutuamente. Pois é necessário a presença, para amar e viver no que é onipresente. Neste vidro divino, eles ficam cara a cara; e a conversa deles é livre, e também pura. Este é o conforto da amizade, apesar de lhes ter sido dito que morreriam, ainda assim a amizade e sociedade deles são, de certo modo, sempre presentes, por ser imortal."

{William Penn, Mais Frutos da Solidão}


Realmente, para morrer basta estar vivo! Mas, como aceitar uma "perda" tão grande quando menos se espera? (Por que usei aspas na palavra perda? Lógico, as pessoas morrem, suas memórias não!).


As notícias recentes me fizeram, mais uma vez, me preocupar com o mundo em que vivo.
Ontem percebi em uma palestra, uma realidade que me perturba constatar, então costumo não refletir muito sobre o assunto, apenas ter certos cuidados.

A palestrante comentou que, a muitos anos atrás, sua avó disse-lhe que tinha pena da geração dela, pois as pessoas estariam tão neuróticas que não parariam na rua nem para dar informações.

Depois do que aconteceu ontem, diria que aquela senhora estava sendo otimista.

Nosso futuro que, de certa forma, já era imprevisível, agora está constantemente ameaçado de não existir.

Se antes, tínhamos um certo receio de passar desacompanhados, de noite, por uma rua soturna, hoje tememos não encontrar nossos filhos, irmãos, primos e amigos depois da aula ou mesmo antes dela começar.

Temos medo. E não é por menos. Não temos a certeza de quando nossos dias no plano terrestre irão esgotar e muito menos sabemos sobre o que nos espera depois da morte. Poucos de nós recebem-na de braços abertos, como uma velha amiga. Ainda mais se ela não nos dá tempo de nos despedirmos de todos que amamos. Bate uma revolta. Um desespero. Uma saudade inesgotável.

Nunca irei esquecer de um grande amigo o qual não tive a oportunidade de me despedir. Mais uma vez, a violência afastou pessoas. Talvez fosse mesmo seu destino partir desse mundo aos 18 anos por causa de um celular e 10 reais. Mas, precisava ser assim?

Nesses momentos o conforto vem de várias formas. Os que sofrem com a saudade de um parente ou amigo que se foi tentam sempre se convencer que eles estão melhores que nós, pois não vivem mais nesse mundo cheio de tristeza, sofrimento, angústia e violência. Para os que nesse mundo permanecem, apenas nos resta a resignação, aceitar sem por a "culpa" em Deus ou no destino.

De qualquer forma, ninguém que não passa por situação tão dramática quanto a que aconteceu naquela escola do Rio de Janeiro pode dizer que entende o sofrimento dos que foram brutalmente separados de pessoas amadas. Não eram apenas crianças! Eram filhos. Eram irmãos. Eram primos e sobrinhos. Eram seres humanos que estava em busca de conhecimento para não serem animais criados nos cativeiros do tráfico, das drogas, dos roubo, das prostituições.

Sobre o assassino? Não sou ninguém para condená-lo. Não faria o que ele fez, mas se o condenasse, estaria sendo tão criminosa quanto ele. Se Deus, que é maior, que é o amor em puro conceito, é capaz de perdoar, eu sou alguém que poderia fazer isso também. Digo poderia, mas sou humana. Sinto o sofrimentos das pessoas. Não tenho toda a grandeza de Deus. Talvez um dia eu consiga, não ter a vastidão de amor ao próximo ao ponto de perdoar e aceitar passivamente um crime como esse, mas pelo menos não guardar essa raiva, essa revolta. Afinal, o assassino-suicida também é humano. Com problemas, com uma história, com um passado, com seus traumas, com seus sofrimentos, com seus desequilíbrios, com suas armas, com seus meios de se libertar.


Fique bem claro, que não estou tentando justificar a atitude, muito menos minimizar a gravidade do ato cometido.

Finalizando o texto que já perdeu seu poder de síntese a muito tempo, apenas um conselho que passei a seguir mais depois que perdi algumas pessoas importantes: ame. Não tenham medo ou vergonha de dizer a uma pessoa que a ama e de mostrar o quanto essa pessoa é importante para você. Afinal não sabemos se a veremos no outro dia, ou daqui a cinco minutos.


Do meu querido Gilbertinho, ficaram as lembranças de uma pessoa que espalhou felicidade por onde passou. De minha avó, infelizmente, ficaram por fazer várias coisas, várias conversas não aconteceram, vários festejos não foram compartilhados por vários motivos sendo o principal, a distância e, justamente por isso, assim como meu amigo, minha avó me deixou um sentimento de que eu ainda precisava de mais tempo para compartilhar coisas.

De qualquer forma, mesmo para quem está sofrendo diretamente com esse trágico acontecimento, desejo sempre...

FELICIDADES!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Ao nosso querido professor Dyogo.

Não tinha planejado nada para escrever. Na verdade, até ontem tinha em mente praticamente um tema inteiro desenvolvido. Mas como hoje foi um dia muito singular, achei melhor deixar essa cena para os próximos capítulos (até porque o assunto é meio complexo).

Em edição especial, dedico a postagem de hoje a um guerreiro que luta toda semana contra a minha cabeça dura para me fazer compreender português e, mais especificamente, regras gramaticais. Um cara super alto astral que busca de todas as formas passar seu conhecimento da melhor forma possível todas as aulas para nós, sendo eles de literatura, produção textual ou regras gramaticais e interpretação de texto.
Como ele mesmo disse em seu discurso, os formandos do curso de letras são "vencedores por conseguir concluir o ensino superior em um país em que a educação não é prioridade".
Entre os vários professores que estou tendo oportunidade de conhecer e o privilégio de receber seus conhecimentos, esse educador que nos faz criar um blog, fazer e refazer redações, mas vive de bom humor, contando piadas e sendo esgraçado espontâneamente mesmo quando o chuveiro queima, a internet é cortada e a tv a cabo lhe vira as costas... definitivamente, esse mestre merece mais do que nunca ter conseguido alcançar esse objetivo de colar grau pela Universidade de Brasília e ainda merece muito mais.
Não querendo ser a aluna puxa-sáco só porque recebeu uma nota relativamente boa na redação hoje. Nem por quase sempre receber elogios pelo blog. Notas boas, qualquer um pode receber se tiver o mérito. Blogueiro, qualquer um pode ser. Mas ser professor de português, não é pra qualquer um!

Bom, então depois de um discurso muuuuuuito bonito do nosso orador favorito, fiquei sem muitas palavras; ainda refletindo. Resta-me apenas meu singelo porém emocionado desejo de FELICIDADES nessa nova fase da sua vida profissional e muito SUCESSO.

PARABÉNS DYOGO!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O poder da palavra

Existem várias formas de falar com as pessoas. Não falo sobre idiomas. Falo sobre modos, entonações. No geral, falo sobre a arte da retórica.

São poucas as pessoas que desenvolvem essa prática de forma inata. Nesse sentido, creio que podemos dizer que existem pessoas que “nasceram com o dom da oratória” e outras que, podem até ter desenvolvido a técnica mas com um esforço muito maior.

O caso é, por que eu estou falando sobre “esse papo” todo?

Mais um caso que me chamou atenção durante a aula de malabares.

Estávamos nós, muito felizes pulando corda como nunca tínhamos feito antes (cordas duplas e cruzadas) para começar o aquecimento. A nossa preocupação era se poderíamos ou não fazer essas atividades na grama. Quando já estávamos terminando a atividade com as cordas, um dos pelo menos 5 porteiros que estavam reunidos confabulando na portaria do bloco, veio até nós pedindo pra que saíssemos do local onde estávamos, pois eles precisavam ligar os irrigadores automáticos.

Sem relutar, fomos procurar outro lugar para treinar com os malabares. Tudo bem, sem problemas! Tudo estaria certinho se os irrigadores não estivessem desligados até depois da hora que a nossa aula terminou a quase meia hora depois. Não sei se o porteiro quis simplesmente fazer jus ao dia da mentira, ou se ele usou de uma forma muito educada de pedir pra não pisarmos na grama. Se bem que, se ele dissesse que não podíamos ficar lá não teria problema também, da feita que ele não usasse de grosseria.

Ontem eu estava dando uma olhada em algumas informações sobre os filósofos sofistas, contemporâneos de Sócrates. Hoje mesmo, cerca de minutos antes dessa situação, tivemos aula de filosofia também um pouco sobre esses filósofos clássicos. De certa forma, esses dois fatos tiveram uma grande relação.

Os sofistas eram, geralmente, caras sábios que davam aulas, na Grécia antiga. Aulas de retórica, oratória. Saber falar em público era fundamental para os cidadãos atenienses já que a democracia deles, diferentemente da nossa, não era representativa, ou seja, numa linguagem bem simples, era cada um por si na hora de opinar sobre os assuntos do estado.

Apesar de ser uma semelhança até bem distante, o "saber falar" teve uma importância significativa nas duas ocasiões. Talvez não fizesse tanta diferença na vida de qualquer outra pessoa desatenta nesses detalhes comportamentais, mas perceber que coisas simples como escolher bem as palavras (ou as mentiras) que usaremos pode fazer a diferença na reação das pessoas que nos escutam.

Uma grande importância dentro da oratória é o poder de síntese. Coisa que eu AINDA não tenho. Muitas pessoas já comentaram sobre isso. A maior prova disso está nesse mesmo texto e em todos os outros: meus textos estão imensos. Como eu ainda não aprendi a sintetizar as idéias, descupem-me o tamanhão dos textos. Um dia eu aprendo, mas por hora vai ser assim mesmo.


FELICIDADES.

terça-feira, 29 de março de 2011

Conselhos x Críticas

Mais uma vez, situações de um cotidiano normal podem servir de "objetos de estudo" sobre as ações humanas.

Qual a diferença entre um comentário com propósito de depreciar e uma crítica?

Primeiro, vamos deixar bem claro a função fundamental de uma crítica.

Toda crítica é feita com o objetivo de buscar reflexão sobre ações cometidas para que se busque um melhoramento. Pelo que se percebe da definição, críticas são sempre construtivas. Sempre buscam melhorar algo que não está tão correto quanto nossos sentidos/instintos dizem.

Um exemplo polêmico que me motivou escrever: uma pessoa está acima do peso. Tipo, bastante acima do peso. Várias outras pessoas alertam para um prejuízo futuro tanto para a saúde quanto para uma reprovação num teste de resistência física. Se todas as evidências indicam que todos estão certos, por que então não parar e analisar o conteúdo da crítica? Quando uma ou outra pessoa faz um comentário desagradável a nosso respeito, existe uma grande possibilidade de ser apenas um comentário depreciativo. Mas quando você é a minoria e todos concordam em discordar de você, é muito mais provável que algo que você esteja fazendo não esteja certo.

Aqui se encaixa perfeitamente um dos maiores defeitos do ser humano: orgulho.
Mas, se esse sentimento tivesse uma moderação a ponto de apenas cultivar uma alta auto-estima, não seria um problema.

Mais uma vez a falta de equilíbrio causando sofrimento nas pessoas que o ignoram.

O que custa às pessoas adimitirem seus erros e que os outros podem estar certos também? Essa falta de humildade ainda faz mal a muitas pessoas...

Adimitir as incapacidades, os nossos limites, não é sinal de fraqueza! É sinal de grandiosidade.
Nem mesmo Sócrates, o maior sábio, o maior filósofo, o cara que é um marco na história da filosofia, ele não teve a ousadia de dizer que era O CARA. E isso não o fez ser o mais sábio?

Aceitar conselhos também não significa que devemos absorver toda e qualquer opinião que derem sobre nossas vidas. É importante saber filtrar os bons conselhos, os que nos farão crescer e evoluir como seres humanos, e aqueles que vão nos impurrar em precipícios sem volta.

Não digo para simplesmente virarmos pessoas extremamente preocupadas sobre tudo o que dizem sobre nós. Muito menos que deixemos de ter olhar crítico sobre as coisas para reproduzir sem preocupação alguma em selecionar informações nem fontes. Mais uma vez atento para o equilíbrio.

Afinal de contas, não é obrigatório que SEMPRE tenhamos que sofrer para aprender com nossos erros! É bom e válido também aprender com a experiência dos outros.
Mas se tiver de errar, pelo menos que se tire lições. Que se aprenda a não cometer os mesmos erros.

Pra quem consegue aceitar críticas e pra quem ainda tem muito pra aprender com a vida...

FELICIDADES!

sexta-feira, 25 de março de 2011

Malabares

Sabem de uma coisa interessante? A incapacidade das pessoas em libertar sua imaginação.

Ontem tivemos no cursinho uma experiência única. Aula de malabares, circo, como acharem melhor.

Creio que todo mundo deveria passar por essa experiência também. A gente consegue perceber muitas coisas ao nosso redor, que normalmente não perceberíamos. Desenvolver habilidades que todos temos dentro de nós e que só faltava um "click" para serem despertadas. Não falo apenas das habilidades motoras, mas as de raciocínio também.

Um exemplo? Podemos perceber o pensamento dialético de Heráclito treinando com os malabares. Quem poderia imaginar? Lá vou eu relacionar filosofia a alguma coisa cotidiana...

A uns poucos segundos entre tentar acertar e deixar as bolinhas caírem no chão, já mudamos o suficiente para aprender a não deixá-las cair na próxima vez.

Ao mesmo tempo, algo metafísico do monismo estático de Parmênides estava ao nosso redor. A própria vida.
Um dia desses, percebi o que meu professor de biologia de Belém sempre tentava nos explicar e, por falta de criticidade filosófica no meu cotidiano, nunca consegui entender toda sua profundamente. A vida é a única coisa imutável que existe. Quando falo em vida, não me refiro a bactérias, fungos, plantinhas ou bichinhos. Não expecíficamente.
Já pensou se você não existisse? Será que o mundo pararia de girar e o sol, de brilhar, se você morresse amanhã? Provavelmente não. A vida é muito mais importante do que eu ou você. Ela simplesmente se auto-regula para nunca deixar de existir, mesmo que seja na forma da mais simples criatura. A partir do momento que começou a existir, tornou-se estático! Inevitavelmente. Isso se já não existisse antes do Big Bang em alguma das outras 11 dimensões do Universo...

Bom, se eu começar a especutar corro o risco de me aproximar dos pensamentos míticos... juízos de valor não são seguros para formar pensamentos científicos!

Outra coisa interessante na aula com os malabares foi perceber o quanto a arte circense é capaz de transformar. Traz a tona um lado infantil, espontâneo e descontraído que escondemos da sociedade para dar lugar a pessoas frias, calculistas e tristes.

Ontem, estavamos muitos felizes com nossas claves (aqueles malabares que parecem pinos de boliche alongados) quando um cara passou por nós dizendo: "Vão trabalhar! Não têm o que fazer..."
Um pouco antes, um garotinho passou por nós e comentou muito empolgado e curioso: "Mãe! Eles estão competindo pra ver quem fica mais tempo enquilibrando os pratos!"

A diferença entre eles é obvia: os adultos desaprenderam a se adimirar com as coisas! Os adultos perderam o quesito básico para se tornarem filósofos - capacidade de se impressionar com o mundo ao redor e ter curiosidade - logo, não encontrarão a finalidade de uma aula de malabares e, muito menos a magia que o circo proporciona a uma criança.
Ainda acho que aquele homem sentiu, bem no seu interior, uma vontade imensa de estar no nosso lugar e não indo quase correndo de volta para seu emprego chato numa consencionária. E aposto que nós poderíamos ter aprendido mais com aquele menino curioso. Talvez como fazer para redescobrir o mundo ao nosso redor a partir dos olhos da uma criança...

Mais uma coisa que percebi, também tem a ver com os pensamentos pré-socráticos. Para quem já viu um malabar chamado diabolo (nada a ver com o Lucifer, coisa ruim e diabinho, é que o nome vem do chinês mesmo), pode notar uma certa harmonia entre os pensamentos de Heráclito e Parmênides. A harmonia é apenas uma ilusão de optica. Enquanto gira velozmente equilibrado em um fio de barbante, o diabolo parece a nós estar parado, imóvel. Parece mágica! Não deixa de ser mágica mesmo, pois usa-se do princípio da ilusão de optica para fazer seu encanto. Além da aperência, o diabolo faz muitas (muitas MESMO) rotações por minutos, sem que nossos olhos consigam acompanhar. Mais uma prova de que não devemos confiar nos nossos sentidos... Enfim, aos nossos olhos está imóvel, mas as manobras que podem ser feitas com ele, mostram a beleza proporcionada pelo movimento!

Bom, nem preciso dizer que eu fiquei bem mais animada depois dessa oficina básica de circo né? Depois do choque diário de ser levada a sair da Matrix (ou na caverna de Platão, tanto faz, a alegoria e os sentimentos despertados são os mesmos) e do cansaço que esse esforço causa, creio que libertar um pouco mais a criança que existe em mim possa ajudar a agilizar esse processo de conhecimento sem deixar muitos traumas pelo meio do caminho.

No mais, desejo apenas que todos possam, um dia, voltar a ser crianças. Nem que seja por uma hora na semana!

FELICIDADES.

terça-feira, 22 de março de 2011

Erros

Recebendo opiniões sobre alguns temas que eu poderia discutir hoje, acabei por selecionar um que ficou nas entrelinhas do caso da catástrofe no Japão e, por incrível que pareça, que também tem muito a ver com a luta do Maurício Shogun, no sábado.

Será que a confiança em excesso não podem levar as pessoas a cometer erros?

Com tantas tecnologias avançadas, tantos cálculos de previsão, tantos treinamentos em casos de catástrofes como a que a conteceu... e os japoneses simplesmente esqueceram que também são seres humanos passíveis a erros!

Como os japoneses confiaram tanto que uma simples barreira de concreto pararia uma tsunami colossalmente imensa e forte? Não seria depositar esperanças demais em uma obra criada por um ser também imperfeito?

Toda a disciplina, a rigidez, a tecnologia e outros recursos não foram suficientes para conter a fúria de uma natureza sensibilizada pela ação antrópica, provando mais uma vez que o ser humano também erra, e muito!
Por várias vezes foram feitas reportagens enaltecendo a tecnologia usada na engenharia das obras japonesas, com sistemas anti terremotos entre outras coisas. Por ironia do destino ou não, agora os próprios japoneses perceberam que ainda tem um caminho muito longo até conseguir alcançar a perfeição e afirmar que dominaram a natureza!

Bom, o fato é que enquanto tudo estava muito bem obrigado no Japão, todos elogiavam. A partir do momento que a base ruiu e tudo caiu, começaram a aparecer crítica do tipo: com tanta tecnologia, como eles não puderam evitar essa destruição ou ao menos avisar a população para que buscassem abrigo?
Como se os cientistas e engenheiros não tivessem trabalhado anos de suas vidas se dedicando a estudar meios de reduzir os impactos da instabilidade geológica do local...

Erros cometidos por médicos, policiais e engenheiros (predominantemente esses três) são cobrados constantemente para que sejam perfeitos em seus trabalhos. Comentando pela área que mais tenho conhecimento, por exemplo, o médico pode realizar 5000 cirurgias bem sucedidas mas se acontecer algum imprevisto no caso 5001, ele vai ser altamente condenado pela sociedade e taxado como incompetente.
O ser humano é cruel e inflexivo. Em certos casos, até ingrato.

Um exemplo mais recente sobre isso aconteceu nesse fim de semana. Sábado, estava eu vendo a luta do Shogun vs. Jones. Em termos gerais, eu fiquei decepcionada com a atuação do brasileiro no UFC porque apesar de considerar o adversário um bom lutador, acreditava na superioridade técnica e de experiência do Shogun.
Ao contrário das evidências, sábado não foi um dia bom para o curitibano. Perdeu o cinturão, foi "atropelado" e agora tem que aceitar duras críticas. Definitivamente, é preciso muita força de espírito para continuar treinando e dar a volta por cima mesmo ouvindo críticas, piadinhas e desaforos.
Um cara pode ganhar todas as ultimas 10 lutas que participou, mas se perder uma todos os defeitos do mundo são revelados nele...
Senti até compaixão por ele depois das piadinhas e das críticas que ouvi sobre ele na aula de muay thai segunda-feira. Como se não existissem outros lutadores treinando e se esforçando para desafiá-lo... Como se ele tivesse obrigação de ser o Hércules do século XXI, indestrutível, semi-deus.
Talvez um excesso de confiança pode ter criando um véu de arrogância (típico do ser humano)... Quando se sobe muito alto, a queda é maior...

Uma coisa é certa, não devemos criar expectativas sobre ninguém. Sejam japoneses super dotados, sejam lutadores de MMA, sejam amigos ou sejam parentes... sempre, SEMPRE todos são apenas seres humanos e podem cometer falhas.

Errar é humano! Perdoar é dos Deuses...

E para todos,

FELICIDADES!