domingo, 1 de janeiro de 2012

Mais e Menos

Primeiro dia do ano. Tá mais do que na hora de fazer minha lista, não de promessas, mas de metas e desejos.

Esse ano eu quero mais...

Compreensão: ninguém vive só. O ser humano não foi feito para viver isolado. Justamente por isso, é preciso buscar formas de viver bem. Inevitavelmente, uma hora ou outra, interesses vão se confrontar e vai haver conflito. Ainda acredito que a maior parte dos problemas de relacionamento sociais podem ser resolvidos com uma boa conversa. Vamos então buscar compreender o outro, ver o problema a partir dos dois lados.

Limites: existe um limite entre os seus direitos e os meus. Já dizia minha mãe, parafraseando alguém que eu não lembro quem é: o seu direito vai até onde começa o meu. Se a questão do limite entre liberdade e abuso for encontrado, pronto! Ganharemos um ponto a mais no jogo da vida em sociedade.

Ouvidos: é tão difícil hoje em dia encontrar alguém com quem conversar que geralmente estamos tendo que pagar psicólogos e terapeutas que nunca vimos antes, não conhecem nossa vida nem como sempre fizemos para resolver uma dificuldade que apareceu até então. Esse ano, é bom parar mais de falar destrambelhadamente, jogando em cima de todos uma enxurrada de palavras não pensadas. Calar? Muitas vezes, sim é preciso. Substituir aos poucos o falar pelo ouvir. Quando você fala pouco, geralmente tem mais tempo pra falar a coisa certa na hora mais adequada, pois temos tempo para refletir antes de falar. Evitar mal entendidos por ser mal interpretado.

Paciência: deve ser um dos pedidos mais cotados pras listas de ano novo. Pedir é fácil, tenta agora desenvolver a paciência dentro de você! Pensou o que? Que se você pedisse paciência para Deus cairia uma saca de 1Kg de paciência de dentro das nuvens? Só se fossem nos desenhos animados! A verdade é que terminamos um ano difícil, como vários outros, e chegamos ao início de um novo ano extremamente impacientes, estressados e doidos. Parabéns então para quem não precisou nenhuma vez esse ano tomar um chazinho de camomila, calmantes ou mesmo um porre bem tomado para esquecer uma semana difícil.

Uma pequena dose de irresponsabilidade: na medida certa e na hora certa, faz um bem danado e dá forças para continuar a luta diária. Lembro-me que certa vez, troquei uma tarde de domingo inteirinha só de física por uma tarde de químicas (entre as soluções e estequiometrias e eu, mas também entre meu “professor quebra-galho”, atual namorado, e eu). Produtiva tarde em todos os sentidos. No auge do estresse, parar pra lanchar e ver filmes, conversar é fundamental. Nessas horas é bom ser louca o suficiente para buscar alternativas pra não pirar de vez! É só por no papel seus objetivos, o que é prioridade, o que é necessariamente indispensável e o que já virou mania de perfeição, totalmente descartável, menos na nossa mente perfeccionista demais. OBS: só para garantir a eficiência dessa tarde, todos os assuntos que estudamos nesse dia e que caíram nas provas que fiz, acertei todos, e por merecimento, não por sorte!

Amigos: não há nada nesse mundo que substitua a sensação de estar cercado por amigos. A segurança, a sensação de querer que o tempo não passe para que possamos estar sempre juntos. Falar besteiras, contar piadas, dividir com o outro momentos que para nós foram importantes e fazê-lo parte desses momentos. Aqueles irmãos que escolhemos, por convivência, por afinidade, aqueles que estiveram contigo nos melhores e piores momentos que você passou esse ano e nos outros que já passaram. A verdade é que não encontramos esses irmãos em qualquer lugar, logo não vou iniciar o ano esperando ser a mais amada e a amiga de todos, espero simplesmente manter meus verdadeiros amigos, fortalecer a relação que realmente for para valer a pena. É importante você saber diferenciar o colega do amigo. Espero sinceramente conseguir essa proeza, e que você também consiga.

Simplicidade: afinal, são poucos os que reconhecem o valor de passar uma data festiva ou um dia comum apenas com os pais, em um local isolado dos vícios, das correrias e dos ibopes que te dão diariamente. Simplicidade não significa andar mal vestido por ai dizendo que é “da galera”! É mostrar-se muito menos apegados as futilidades do capitalismo e muito mais ocupado em sentir as pequenas sensações em cada ação do dia a dia. Ser mais sensível não é sinônimo de homossexualidade, e sim de humanidade.

Mais é preciso também excluir de nossas vidas tudo aquilo que nos faz mal. Por isso, esse ano eu quero menos...

Discussões: muitas vezes não dá pra evitar. Mas tá aí uma boa oportunidade de treinar os ouvidos e fazer a língua descansar dentro da boca. Reunir argumentos consistentes para, depois que a cabeça esfriar, conseguir ter uma conversa decente, como seres humanos. Se bem que o ser humano não está sendo um bom parâmetro de comparação ultimamente...cada vez mais louco! Vamos então restringir drasticamente o exemplo a ser seguido: busquemos a serenidade, a paz e a sapiência dos monges tibetanos. Sou fã do estilo de vida deles! Tão calminhos... (risos)

Sedentarismo: faz mal como um todo. Compromete o bom funcionamento do corpo, atrofia a mente e faz toda a vida passar pelos nossos olhos preguiçosamente sem que tenhamos vontade de reagir para mudar o rumo dos nossos dias. Emagrecer deixou de ser uma prioridade nesse sentido. É algo secundário, na verdade, uma consequência. Buscar uma atividade que se encaixe perfeitamente com você e não abandoná-la. Se refugiar nela, desabafar com ela o caos de uma vida agitada e estressante. Quando você descobre qual é seu esporte e ele também te descobre, é sublime, mesmo que você chegue em casa todo suado, fedendo e sabendo que virão dores musculares no outro dia. Esse ano, descubra qual é sua “válvula de escape”, eu já encontrei as minhas e não pretendo abandoná-las mais.

Distâncias: esse fim de ano algo surpreendente aconteceu que depois disso passei a acreditar realmente nesse negócio de milagres de natal. Finalmente todos meus tios (do lado da mamãe) voltaram a se falar. Perdoaram-se e pediram perdão. Nunca pensei que veria isso acontecer de novo. A maior distância que eu conhecia entre meus parentes mais próximos foi quebrada. Por que não fazer o mesmo com aqueles que gostamos mas por algum motivo nos afastamos? Ficar perto das pessoas que gostamos e que nos fazem felizes faz bem.

Dependências: essa vai praquelas pessoas que acham que não vivem sem uma novidade pra espalhar, sem alguma ocupaçãozinha que seja, sem um remédiozinho pra dormir, sem uma roupa nova a cada festa, sem alguém pra se comparar e se sentir superior ou mesmo sem um eterno amor que não vai durar muito, pois outros eternos também virão. Chega! Naturalidade é a pedida de 2012. Independência! Tá na hora de fazer a diferença e não ser apenas mais um dependente de atenções.

Orgulho: auto-estima é tudo, orgulho e excesso de confiança é idiotice. Guardar sentimentos, perder oportunidades de ser feliz por não querer “dar o braço a torcer” é, definitivamente, atraso de vida! Vamos ser mais diretos. Definir o que sente e abrir o jogo. Correr o risco de levar um fora é muito melhor do que nem tentar. Melhor mesmo é se arrepender de algo que fez e não por nem tentar, afinal poderia ter dado certo. Saber que tudo o que poderia ser feito foi mesmo feito é muito melhor do que sofrer quietinho na clandestinidade dos próprios sentimentos. O problema das pessoas é se fechar demais por medo de se decepcionar com o outro. Depois ficam exaltando a coragem de um Cazuza da vida que abriu os braços pro mundo que queria pra si, pela coragem que não tiveram. Menos orgulho gente! Mais coragem!

Formalidades: por que tudo tem que ser tão burocrático nesse país? A questão da organização já ficou pra trás a muito tempo e deu lugar a uma desculpa. Isso mesmo! Burocracia é uma desculpa pras pessoas enrrolarem as outras por mais tempo. Formalidade... como se precisasse de tanta pompa pra falar de respeito, liberdade e sentimentos. Por isso que eu até gostava dos poetas modernistas: pra quê ter métrica, restrição de assuntos e ter que falar tudo rimado? Onde fica a essência da mensagem no meio de tanta formalidade?

Maldade: apesar de achar que seria pedir muito de uma criatura que é malvada e maldosa por natureza, eu bem que queria ver mais bondade nas atitudes das pessoas. Estamos precisando mesmo de um banho de inocência. Não confundindo inocência com imaturidade ou sei lá, burrice, falta de esperteza. Mais uma verdade: todos querem ser mais espertos e tirar vantagens sobre os outros e não percebem que é muito mais proveitoso aliar-se ao competir. Numa competição sempre há perdas de ambos os lados, nem que seja apenas desgaste físico. Se o ser humano é tão esperto como diz, deixaria a maldade guardada no fundo do baú e resgataria de lá o poder de comunicação, o poder de se combinar com outras para somatizar conquistas e não subtrair aliados!

Ah! São tantas coisas, tantas atitudes que devemos ter e tantas outras que devemos parar de ter. Difícil mesmo é por em prática. Ainda dizem que difícil é conseguir cumprir a promessa feminina mais comum: emagrecer!

Para o primeiro dia e postagem do ano, creio que já dei um pequeno empurrãozinho para que cada um faça também suas reflexões. Cada um que deve saber o que precisa fazer e o que precisa deixar de fazer daqui pra frente. Se ainda ainda não sabemos, vamos apenas viver. Assim é que se aprende de verdade...

Para todos, desejo sempre, FELICIDADES.

2 comentários:

  1. Boa tarde, Larissa. Primeiro, gostaria de pedir desculpas pela intromissão. Você não me conhece. Meu nome é Aryadne e tenho uma irmã que está tentando medicina aqui em Brasília. Pesquisando pela internet vi que você fez o curso Terra Sophos e gostaria de saber sua opinião sobre o curso. O que você achou? Acha que prepara bem para Medicina na UnB ou na FEPECS? Muito obrigada, Aryadne

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  2. Esqueci de colocar meu email: aryadnebp@gmail.com

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